Sempre fui incomodado pelo desejo
latente de reorganizar o blog e com ele as ideias. Sim, as ideias, porque
sempre fiz questão disso mesmo; o blog precisaria ser sempre a mais próxima e
possível expressão do que sou, para o bem ou para o mal, tanto para elogios
quanto para críticas. E olha que se alternam bem de perto...
O problema é que para que fosse
bastante parecido comigo, ele precisaria começar me denunciando ao mundo, me
expondo, coisa que, apesar do meu jeito descontraído e direto, não gosto muito
de fazer. Não que não tenha opinião ou me sinta constrangido a me posicionar. Mas
também e principalmente porque jamais pretendi que o que penso, sinto ou mesmo
desconfio, seja necessariamente o que o outro deve igualmente pensar, sentir ou
desconfiar, ou ainda, queira conhecer. Tenho entranhadas predileções por liberdade, e elas me impedem de
me impor a qualquer indivíduo ou grupo. Pudores intelectuais, eu diria, vendo agora em retrospecto.
No fundo, no fundo... Vaidade. Simples
e disfarçado medo da avaliação. Um castelo de vento que sempre se quebrava,
quando as chances de elogios eram bem mais claras do que as chances de críticas.
Um pudor, portanto, casuísta e bastante conveniente, que me assaltava de
profunda etiqueta, conforme as pretensões.
Então num arroubo de sinceridade
comigo mesmo, e rindo de minhas próprias armadilhas montadas contra mim e a favor
de minhas vaidades, decide quebrar o silêncio e me expor totalmente, razão e
emoção, fé e esperança, manias, preconceitos e maluquices. Esqueci alguma
coisa? Devo ter esquecido, porque minha mulher sempre diz que minha inteligência
é tão grande, que não lembro de fechar as portas dos armários que abro. Ah!
Sabia que tinha esquecido alguma coisa. Precisava expor também minhas incompetências.
Lá se vai um ano e sete meses desde o
primeiro texto, desde o meu primeiro post. De lá pra cá muita coisa mudou no
blog. Muita coisa mudou em mim. Eu e o meu blog mudamos juntos. Alguns leitores
me ajudaram a ir dando forma ao que o blog se tornou, e a eles eu sou muitíssimo
grato. Mas outros tantos leitores que me ajudaram a ser uma pessoa diferente,
interagindo, compartilhando ideias, criticando as minhas, sugerindo estudos,
incentivando e me motivando a seguir, coisa que nunca foi muito comum em mim...
Seguir. A estes, qualquer palavra de agradecimento estaria aquém do imenso
sentimento de gratidão que trago no peito.
Mas o mundo muda, eu mudo e mudam os
leitores. Então o blog precisou mudar também. Porque só os textos, ainda que
muitos, são consumidos e logo envelhecem, provocando a necessidade de atualização.
E então eu que comecei escrevendo um texto por semana, chego hoje, um pouco
mais de um ano e meio depois, a escrever dois ou mais textos por dia, numa
produção de conteúdo que avança madrugada a dentro, em meios aos protestos de minha
mulher, que reclama que eu vou acabar adoecendo. Pode ser, mas jamais vi alguém
adoecer por fazer apaixonadamente alguma coisa. Já vi adoecer por não fazer. Isso sim.
Sim, porque não pensem vocês que citei
minhas madrugadas querendo posar de sacrificioso ou coisa do gênero. De jeito
algum. Não há qualquer sacrifício nisso. Ao contrário, há imenso e incontável
prazer. Não poderia ter vida melhor. Não poderia gastar melhor e mais
prazerosamente meu tempo. Tempo aliás, que perdi lá atrás, distraindo-me com
uma vida de silêncio e elucubrações vazias porque inócuas. Muitas críticas, poucas contribuições. Muitas
ideias mas nenhuma aplicação. Eu me achava
tanto, que exausto de mim mesmo me
perdia em tudo. Tenho sentimento de urgência agora, como quem pretende
recuperar o tempo perdido, o instante passado, o momento escondido.
Mas seguir nesse ritmo, ainda que eu não
dê muita bola para as consequências no meu corpo já em nada atlético, pode muito
bem trazer sérias complicações para a alma. Sim, para a alma dos meus leitores,
que não só não conseguem dar conta de consumir tudo o que se produz e se entristecem
e se cobram, ficam também confusos sobre os conteúdos, séries, estudos e a
localização de tudo o que vamos divulgando e disponibilizando no blog.
Por isso mesmo, a partir de agora, você
que nos acompanha e para quem passar a nos acompanhar, bastará apenas guardar um só endereço. Na tela principal, tudo estará indicado e disponível para
ler, ouvir e assistir, como, quando e a partir de qualquer dispositivo que você
preferir. Mais fácil, mais simples, e mais confortável. Todo o conteúdo num só
lugar, com a tranquilidade de acessar ao que bem entender. Textos, estudos,
palestras, debates, mensagens e filmes, do jeito e na hora que você quiser.
Tenho a alegria de apresentar meu novo blog. Não deixe de acessar e fazer suas observações. Se preferir marque apenas se gostou ou não. Isso já nos ajudará a seguir melhorando no que for possível e viável dentro do propósito desse trabalho. Seja muito bem vindo!!!