sábado, 27 de abril de 2019

Próximo! De novo?


Por Jânsen Leiros Jr.

Então é assim. Toda vez que algum governante não realizar o que se espera, isso para não dizer que não atende aos interesses dos grupos dominantes, ele será impedido (resultado do impeachment)?

Quando do impeachment de Dilma, nem vamos retroceder ao do Collor, questionei o uso de tal medida. Não que defendesse seu governo ao qual fazia duras críticas, mas defendia o direito constitucional de que fosse até o fim, porque legitimamente eleito e sem qualquer fato efetivamente relevante, que caracterizasse o tal "crime de responsabilidade". E olha que eu estava particularmente saturado do PT no poder.

Pelo que vi até agora, o mesmo está se desenhando em relação ao prefeito Marcelo Crivella, por cujo governo também não morro de amores, mas contra quem não há qualquer fato efetivamente característico de "crime de responsabilidade", senão por interpretação forçada dos critérios que permitem o impeachment.

Ora, ninguém é tão inocente, que não tenha acompanhado a guerra que a Globo travou com a prefeitura do Rio de Janeiro. Seus interesses diretos e indiretos foram prejudicados, e obviamente isso influenciou na ação de patrulhamento dos passos do prefeito e suas deliberações. E, pelo visto, não foram somente os interesses da emissora que foram atingidos pela forma de Crivella conduzir a cidade.

Não, eu não tenho nada contra a Globo. Pelo contrário. Sou fã de carteirinha da competência de seus profissionais, nas mais diversas linhas de atuação do grupo. Quem pode negar-lhes a superioridade em relação às demais emissoras. É, sem dúvida, uma inspiração em qualidade técnica. Mas isso não me impede de perceber que houve um empenho especial de apontar falhas do governo Crivella. Nem estou dizendo que elas não aconteceram, mas qual dos nossos anteriores alcaides não falhou? Não me lembro que tenham sofrido impeachment, ou um acompanhamento tão tenaz da mídia.

Minhas preocupações nisso tudo, são três:
Primeiro. A banalização do instituto do impeachment. Um recurso que deve ser utilizado em último caso, uma vez que interrompe um mandato legítimo saído das urnas, pode passar a ser utilizado, sempre que um governante qualquer, precisar ou por convicção contrariar interesses "não republicanos". E isso não é muito difícil de acontecer, considerando o que vimos acontecer na ALERJ e no governo do Estado do Rio de Janeiro, onde tanto deputados estaduais quanto governadores, estão presos por denúncias de propinas.

Segundo. O empoderamento da mídia a um nível perigoso, que a inspire capaz de empreender ação direta contra um governante, por motivos ligados a seus particulares interesses, ou ainda que tais não existam. Ou será que, caso o episódio do carnaval não tivesse ocorrido, o nível de implicância seria o mesmo?

Terceiro, porque será que os vereadores pretendem manobrar o processo de impeachment, para que, em vez de novas eleições diretas, o substituto do prefeito, caso o impedimento se concretize, a cadeira seja ocupada por alguém escolhido entre os vereadores, numa votação interna e indireta?

Não quero dizer com isso, que não concordo que um prefeito, governador ou presidente possa ser impedido. Pode e deve, sempre que sua condução do Município, Estado ou União, seja considerado temerário para o bem-estar de sua população. Mas nesse caso, o instituto do impedimento não poderia estar nas mãos de um colegiado, mas dos próprios eleitores que o conduziram ao cargo. Porque fica muito fácil combinar com meia dúzia de gente, ação para retirar do poder o desafeto, para depois tentarem sentar em sua cadeira, usando o mesmo jogo de interesses e conveniências que o retirou. Fizeram isso com Dilma. Tentarão fazer o mesmo com Crivella.

https://pleno.news/brasil/cidades/crivella-chama-denuncia-de-descabida-em-nota-publica.html?utm_source=pushnotification&utm_medium=notificacao

Mais do mesmo, e está chato


Por Jânsen Leiros Jr.

Mais uma matéria distorcida, entre tantas que incansavelmente vimos encontrando na mídia brasileira. Incansável para eles, que irresponsavelmente buscam uma maneira de minar cada passo do atual governo, impedindo que este caminhe com o mínimo de tranquilidade, na direção de soluções que nos levem a recuperar o país.

Não há um só ato do governo Bolsonaro, ou de quem quer que seja em sua equipe, ou pessoas a ele ligadas, que não seja apontado e analisado com a má vontade necessária, para gerar desconforto e ambiente de desconfiança, no mínimo, quanto a pertinência ou licitude do ato. A cada passo uma casca de banana.

É preciso entender, no entanto, que para a população de leitores e de quem acompanha as notícias, já está ficando patente, e porque não dizer cansativo, que se esteja tão claramente patrulhando o presidente e sua equipe, na busca de algo que possa minimamente chantageá-lo veladamente. Me desculpem os puristas da comunicação, mas Jair Bolsonaro não pode soltar sequer um “pum”, sem que haja alguém atrás, pronto a reclamar do cheiro, e a analisar os efeitos danosos que seu flato pode vir a causar na camada de ozônio. Quase posso imaginar a notícia: Bolsonaro provoca prejuízos à camada de ozônio, e contribui para o aquecimento global. Na matéria ainda teria declarações do Greenpeace sobre o que o aquecimento do planeta pode trazer de prejuízos à população, e de especialistas sobre como a poluição do ar pelo lançamento de gases tóxicos na atmosfera, viola o Tratado de Kioto, assinado pelo Brasil anteriormente.

Voltando ao rigor do argumento, é necessário parar com esse “mimimi”, e com essa pré-disposição flagrante de se sentir atingido ou ofendido com tudo que se diz ou se faz. Esse comportamento da mídia e da oposição, na prática, enfraquece a postura de quem precisa ser responsável, no momento em que, efetivamente, for necessário argumentar e apontar eventuais problemas, que sejam relevantes e claramente prejudiciais à nação, não segundo o julgamento político-ideológico, mas do ponto de vista do prejuízo direto da nação. Lembram da fábula do menino que assustava a população quanto ao suposto ataque de um lobo? Quando houve um ataque real, ninguém acreditou.

Se faz necessário, de uma vez por todas, entender que tivemos um processo eleitoral legítimo. As urnas indicaram o vencedor. O governo está aí e tem apenas pouco mais de 100 dias de trabalho. Alguns dirão: mais já há tantas polêmicas. Na verdade, há tanta gritaria e pedradas da mídia. De efetivo, nada.

O que rotineiramente encontramos noticiado, são discussões de conceitos e de disse me disse, que se utiliza até mesmo das palavras do presidente no Twitter. Francamente, alguém tem dúvida de que Jair Bolsonaro não é e nunca foi um comunicador por excelência. De temperamento forte, os especialistas poderiam classificar como “sanguíneo”, ele fala muito mais rápido do que pensa, e escreve exatamente como fala. Querer usar de análise semântica num post em rede social, é dar importância superior, a um veículo que utiliza para toda sorte de expressão, sem qualquer juízo de valor, ou poder de ação governamental. Tivemos um presidente que sabidamente gostava de um destilado nacional, e sua sucessora que nem sempre era tão explícita em seus pronunciamentos. Alguém noticiava que tais atitudes trariam qualquer dano ao país. Claro que não, porque não trariam mesmo, como não trouxeram. Porque o que se fez de efetivo, se fez nos gabinetes do poder, exercendo-o. E não vai aqui qualquer juízo de valor, pois o foco é o ambiente das decisões de governo.

Pensando bem, e a julgar pelo rigor e má vontade da mídia e do patrulhamento dos contrários de plantão a tudo que diz respeito ao presidente, receio que noticiem que eu disse que Jair Bolsonaro não sabe escrever, e que ele solta “pum” fedorento. Seria apenas “mais do mesmo”.