Por Jânsen Leiros Jr.
16 Quem se
levantará a meu favor, contra os perversos? Quem estará comigo contra os que
praticam a iniqüidade?
17 Se não fora o
auxílio do SENHOR, já a minha alma estaria na região do silêncio.
18 Quando eu
digo: resvala-me o pé, a tua benignidade, SENHOR, me sustém.
19 Nos muitos
cuidados que dentro de mim se multiplicam, as tuas consolações me alegram a
alma.
20 Pode, acaso,
associar-se contigo o trono da iniqüidade, o qual forja o mal, tendo uma lei
por pretexto?
21 Ajuntam-se
contra a vida do justo e condenam o sangue inocente.
22 Mas o SENHOR é
o meu baluarte e o meu Deus, o rochedo em que me abrigo.
23 Sobre eles faz
recair a sua iniqüidade e pela malícia deles próprios os destruirá; o SENHOR,
nosso Deus, os exterminará.
Salmos 94:-16-23
Na onda do nada novo ou nada que já não
tenhamos visto, as pesquisas eleitorais seguem causando controvérsias e discussões,
tanto entre analistas políticos, quanto entre eleitores e leigos. Um recurso
que a principio visava apenas medir a intenção de voto do eleitor, para ajudar
corporações a tomarem decisões importantes sobre seus negócios, as pesquisas
eleitorais deixaram há muito suas pretensões originais, tornando-se mais uma
maneira de tentar influenciar o voto das massas. Era pra ser assim como a
previsão do tempo para o agronegócio, mas passou a ser um poderoso instrumento
de sugestionamento do eleitor.
Essa distorção não é de hoje. Já há
algumas eleições, as pesquisas vêm sendo utilizadas para tentar influenciar
direta ou indiretamente o resultado das urnas. Nessas eleições, porém, esse tendencioso
modelo de induzir a população ao que convém, tanto aos institutos quanto a quem
as encomenda, vem tomando proporções tão impressionantemente contundentes,
quanto risíveis, já que em grande parte dos casos a estratégia não deu certo,
ou não deu ainda.
Venceram para o senado, Rodrigo Pacheco e Carlos Vianna |
Quando do primeiro turno, na maioria dos
estados, os principais institutos de pesquisa erraram assustadoramente os resultados das eleições, não só nos
números percentuais de votos, mas também nos candidatos apontados como vencedores
ou participantes de eventual segundo turno. Como casos mais emblemáticos
tivemos a votação para senador em Minas Gerais, para governador no Rio de
Janeiro, e a própria votação para presidente da república, onde o percentual
atingido pelo candidato Jair Bolsonaro chegou perto de leva-lo a vencer no
primeiro turno, muito diferente do que indicavam os resultados das pesquisas
amplamente divulgadas antes do pleito.
Alguns
analistas políticos ouvidos ao longo da apuração, questionados quanto aos
aparentes equívocos dos institutos, gentil e elegantemente sugeriram que tais
institutos precisariam rever suas formulas de pesquisa, melhorando seus questionários,
ou mesmo ajustando as amostras, tornando-as mais adequadas ao perfil geral do
eleitorado brasileiro ou regional. Eles foram comedidos em suas análises,
claro, poupando a reputação dos institutos, tanto quanto mantendo seus
trânsitos e possibilidades de trabalho com tais instituições.
Passaram para 2o. turno Witzel e Paes, nessa ordem |
Nós, que meros eleitores, e livres das
peias que nos poderiam prender a interesses outros, podemos aprofundar o
problema, perguntando algumas coisas ao próprio processo. É possível que
institutos tão renomados, acostumados a apurar intenção de votos há tanto
tempo, equivocarem-se em quase todos os estados do país? Seria possível que
suas amostras fossem tão mau equilibradas, que destoasse do perfil real do
eleitorado em tantas unidades da federação? Teriam tais instituições
desaprendido a realizarem suas atividades fim? Sinceramente, e pro bem do futuro
de tais empresas, não creio. Aliás, poucos creem nessa versão. Mas então o que
houve?
Ora, houve apenas a velha tentativa de
direcionar a predileção do eleitorado, para os resultados desejados por parte
das instituições que encomendou as pesquisas. Seus interesses velados, se bem
que nessa eleição estão flagrantemente declarados, determinaram os resultados
das pesquisas, esperando que aqueles que votam sem pensar, ou que gostam de praticar o chamado voto útil, sigam a caravana de eleitores apontada pela pesquisa.
Sim, precisamos crer na tentativa de manipulação das massas, porque do
contrário precisaríamos acreditar na incompetência de dezenas de milhares
pesquisadores, que realizam tão difícil tarefa por todo o país. Além deles,
também seriam não menos incompetentes os seus gestores e planejadores.
O que é mais honesto então, crer na
conveniência de quem no topo da cadeia quer atender às suas conveniências, ou
na incompetência de tantos trabalhadores que prestam serviço nesses institutos?
A resposta me parece bastante óbvia. Assim temos que, sem precedentes, ou como
diria outro conhecido político, nunca
antes na história desse país, houve tão grande manobra para forçar as
pesquisas a darem resultados comprados, ou minimamente viciados e manipulados.
O mais assustador disso tudo, é que não
obstante a estratégia não ter dado certo no primeiro turno, ela está sendo
repetida ainda mais flagrantemente, considerando, ou querendo parecer ser
considerado pelo eleitorado, que as notícias divulgadas com vistas a manchar a
reputação do candidato que está à frente, está conseguindo tirar dele uma expressiva
margem de votos.
O que essa gente não considera, ou não
entende, ou está pouco se lixando, é que existem outros tantos institutos,
cujas pesquisas não são divulgadas em cadeia nacional, que apresentam diferente
resultados na intenção de votos, bem como fornecem importante comparativo das
predileções demonstrada entre os eleitores. Mais que isso, eles não entendem
que o candidato Bolsonaro não está sendo preferido por ser o Jair, por seus
atributos políticos e competências de eventual estadista. Ele, Jair, é muito
mais do que simplesmente Bolsonaro.
O fenômeno que fez o candidato do PSL
disparar na predileção do eleitorado, é a capacidade, ou característica inata,
de dizer abertamente e em público, tudo o que o eleitor sempre quis dizer. Sua
imunidade parlamentar, talvez, deu-lhe a condição de se posicionar clara e
abertamente sobre uma multidão de assuntos que o brasileiro médio gostaria de
falar e não pode. Pelo menos não com a projeção e o poder de reverberação que
um deputado federal tem. Jair é mais que Bolsonaro. Ele é o próprio eleitor que
se enxerga nele, e se apropria de sua possibilidade de fazer o que diz
pretender fazer quando e se eleito. Ora, isso tem bastado à maioria dos
eleitores. E por que?
Quando o PT chegou ao poder depois de
anos batendo na trave, quando um operário sem formação subiu a rampa do Planalto,
ele emblemava uma nação de trabalhadores que criam que ele, por ser do partido
dos trabalhadores, entendia suas angustias, e poderia fazer desse país uma
nação mais justa e com oportunidades e possibilidades para todos. Com o PT,
chegava ao poder o sonho da igualdade e da justiça social. Com o tempo, porém,
o que se constituiu como realidade, foi um aparelhamento monstruoso do estado e
de suas repartições nos mais diversos escalões, instaurando uma rede de
corrupção e de sangria do erário público, jamais visto em um país em todo o
mundo. Por treze anos, eles sangraram os cofres da nação, com vistas a se eternizarem
no poder. E nesse afã, arrancaram leitos e remédios dos hospitais públicos,
sucatearam as polícias, precarizaram as universidades públicas, federais e
estaduais, reduziram a merenda escolar, além de causarem prejuízos incalculáveis
em empresas como Petrobras e em diversos fundos de pensão de outras tantas
empresas estatais.
Manifestação #elesim no Rio de Janeiro em 25/10/2018 |
Pode até ser que para muitos o Jair seja
o candidato dos sonhos. Mas para a grande e esmagadora maioria, Bolsonaro é o
candidato que não só pode derrotar o PT, como tem a coragem para enfrentar as
instituições, que aprenderam a comodamente dependerem das benesses e negociatas
tramadas pelos líderes de um partido completamente descaracterizado.
Por essa razão, pouco importa para o
eleitor que decidiu votar em Bolsonaro, o que falam do Jair. Menos ainda
interessam as declarações de seus filhos ou do seu candidato a vice. Eles não
temem uma eventual ditadura, eles não se importam se ele é machista, ou mesmo
se tem características ou falas homofóbicas. O que eles querem é varrer do
poder e de suas instâncias, a corrupção que grassou o país, e nos lançou na
mais profunda e duradoura crise econômica, política e institucional.
Mas pode ser que tudo isso já seja mais
do que sabido das lideranças partidárias que apoiam Haddad. E pode ser ainda
que toda essa ação, tanto a de criar fatos negativos atribuídos a Bolsonaro,
quanto a de apresentar pesquisas que indiquem que esses mesmos fatos estejam
lhe tirando votos, não passe de cenário para justificar uma eventual e
fabricada virada de resultados,
quando da abertura das urnas. Sim, e por mais que eu deteste crer em teorias
conspiratórias, isso não pode ser descartado. Não tanto por conta de fantasiosa
imaginação, mas principalmente pelo quadro que se tenta pintar para o
eleitorado às vésperas da votação; ambiente ideal para intentarem uma fraude.
Apesar de tudo isso, nós, que cremos na
soberania de Deus e de sua vontade, pois não se deixa frustrar, sabemos que, sendo
de Sua vontade a eleição de Bolsonaro, nada ou qualquer ardil lhe tirará tal
vitória. Mas se não for de Sua vontade que Bolsonaro seja o presidente do
Brasil, nada que façam seus eleitores ou coordenadores de campanha, poderá
fazê-lo vencer. De modo que todo esse texto para nada serve, senão apenas para
analisarmos o cenário político que embala, esse que talvez seja o mais
conturbado processo sucessório de nossa história.
Portanto podemos manter a consciência
crítica e coloca-la a disposição da história. Podemos descansar e aguardar a
apuração. Independente do resultado, nosso papel de cristão e cidadão responsável
não mudará. Orar por nossos governantes, sejam eles quais forem. Pedir a paz
sobre nossa nação, e aguardar a manifestação da glória do nosso Deus.
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