sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Mais do mesmo e ainda pior - Parte II



Por Jânsen Leiros Jr.


16 Quem se levantará a meu favor, contra os perversos? Quem estará comigo contra os que praticam a iniqüidade?
17 Se não fora o auxílio do SENHOR, já a minha alma estaria na região do silêncio.
18 Quando eu digo: resvala-me o pé, a tua benignidade, SENHOR, me sustém.
19 Nos muitos cuidados que dentro de mim se multiplicam, as tuas consolações me alegram a alma.
20 Pode, acaso, associar-se contigo o trono da iniqüidade, o qual forja o mal, tendo uma lei por pretexto?
21 Ajuntam-se contra a vida do justo e condenam o sangue inocente.
22 Mas o SENHOR é o meu baluarte e o meu Deus, o rochedo em que me abrigo.
23 Sobre eles faz recair a sua iniqüidade e pela malícia deles próprios os destruirá; o SENHOR, nosso Deus, os exterminará.
Salmos 94:-16-23


Na onda do nada novo ou nada que já não tenhamos visto, as pesquisas eleitorais seguem causando controvérsias e discussões, tanto entre analistas políticos, quanto entre eleitores e leigos. Um recurso que a principio visava apenas medir a intenção de voto do eleitor, para ajudar corporações a tomarem decisões importantes sobre seus negócios, as pesquisas eleitorais deixaram há muito suas pretensões originais, tornando-se mais uma maneira de tentar influenciar o voto das massas. Era pra ser assim como a previsão do tempo para o agronegócio, mas passou a ser um poderoso instrumento de sugestionamento do eleitor.

Essa distorção não é de hoje. Já há algumas eleições, as pesquisas vêm sendo utilizadas para tentar influenciar direta ou indiretamente o resultado das urnas. Nessas eleições, porém, esse tendencioso modelo de induzir a população ao que convém, tanto aos institutos quanto a quem as encomenda, vem tomando proporções tão impressionantemente contundentes, quanto risíveis, já que em grande parte dos casos a estratégia não deu certo, ou não deu ainda.

Venceram para o senado, Rodrigo Pacheco e Carlos Vianna
Quando do primeiro turno, na maioria dos estados, os principais institutos de pesquisa erraram assustadoramente os resultados das eleições, não só nos números percentuais de votos, mas também nos candidatos apontados como vencedores ou participantes de eventual segundo turno. Como casos mais emblemáticos tivemos a votação para senador em Minas Gerais, para governador no Rio de Janeiro, e a própria votação para presidente da república, onde o percentual atingido pelo candidato Jair Bolsonaro chegou perto de leva-lo a vencer no primeiro turno, muito diferente do que indicavam os resultados das pesquisas amplamente divulgadas antes do pleito.

 Alguns analistas políticos ouvidos ao longo da apuração, questionados quanto aos aparentes equívocos dos institutos, gentil e elegantemente sugeriram que tais institutos precisariam rever suas formulas de pesquisa, melhorando seus questionários, ou mesmo ajustando as amostras, tornando-as mais adequadas ao perfil geral do eleitorado brasileiro ou regional. Eles foram comedidos em suas análises, claro, poupando a reputação dos institutos, tanto quanto mantendo seus trânsitos e possibilidades de trabalho com tais instituições.

Passaram para 2o. turno Witzel e Paes, nessa ordem
Nós, que meros eleitores, e livres das peias que nos poderiam prender a interesses outros, podemos aprofundar o problema, perguntando algumas coisas ao próprio processo. É possível que institutos tão renomados, acostumados a apurar intenção de votos há tanto tempo, equivocarem-se em quase todos os estados do país? Seria possível que suas amostras fossem tão mau equilibradas, que destoasse do perfil real do eleitorado em tantas unidades da federação? Teriam tais instituições desaprendido a realizarem suas atividades fim? Sinceramente, e pro bem do futuro de tais empresas, não creio. Aliás, poucos creem nessa versão. Mas então o que houve?

Ora, houve apenas a velha tentativa de direcionar a predileção do eleitorado, para os resultados desejados por parte das instituições que encomendou as pesquisas. Seus interesses velados, se bem que nessa eleição estão flagrantemente declarados, determinaram os resultados das pesquisas, esperando que aqueles que votam sem pensar, ou que gostam de praticar o chamado voto útil, sigam a caravana de eleitores apontada pela pesquisa. Sim, precisamos crer na tentativa de manipulação das massas, porque do contrário precisaríamos acreditar na incompetência de dezenas de milhares pesquisadores, que realizam tão difícil tarefa por todo o país. Além deles, também seriam não menos incompetentes os seus gestores e planejadores.

O que é mais honesto então, crer na conveniência de quem no topo da cadeia quer atender às suas conveniências, ou na incompetência de tantos trabalhadores que prestam serviço nesses institutos? A resposta me parece bastante óbvia. Assim temos que, sem precedentes, ou como diria outro conhecido político, nunca antes na história desse país, houve tão grande manobra para forçar as pesquisas a darem resultados comprados, ou minimamente viciados e manipulados.

O mais assustador disso tudo, é que não obstante a estratégia não ter dado certo no primeiro turno, ela está sendo repetida ainda mais flagrantemente, considerando, ou querendo parecer ser considerado pelo eleitorado, que as notícias divulgadas com vistas a manchar a reputação do candidato que está à frente, está conseguindo tirar dele uma expressiva margem de votos.

O que essa gente não considera, ou não entende, ou está pouco se lixando, é que existem outros tantos institutos, cujas pesquisas não são divulgadas em cadeia nacional, que apresentam diferente resultados na intenção de votos, bem como fornecem importante comparativo das predileções demonstrada entre os eleitores. Mais que isso, eles não entendem que o candidato Bolsonaro não está sendo preferido por ser o Jair, por seus atributos políticos e competências de eventual estadista. Ele, Jair, é muito mais do que simplesmente Bolsonaro.

O fenômeno que fez o candidato do PSL disparar na predileção do eleitorado, é a capacidade, ou característica inata, de dizer abertamente e em público, tudo o que o eleitor sempre quis dizer. Sua imunidade parlamentar, talvez, deu-lhe a condição de se posicionar clara e abertamente sobre uma multidão de assuntos que o brasileiro médio gostaria de falar e não pode. Pelo menos não com a projeção e o poder de reverberação que um deputado federal tem. Jair é mais que Bolsonaro. Ele é o próprio eleitor que se enxerga nele, e se apropria de sua possibilidade de fazer o que diz pretender fazer quando e se eleito. Ora, isso tem bastado à maioria dos eleitores. E por que?

Quando o PT chegou ao poder depois de anos batendo na trave, quando um operário sem formação subiu a rampa do Planalto, ele emblemava uma nação de trabalhadores que criam que ele, por ser do partido dos trabalhadores, entendia suas angustias, e poderia fazer desse país uma nação mais justa e com oportunidades e possibilidades para todos. Com o PT, chegava ao poder o sonho da igualdade e da justiça social. Com o tempo, porém, o que se constituiu como realidade, foi um aparelhamento monstruoso do estado e de suas repartições nos mais diversos escalões, instaurando uma rede de corrupção e de sangria do erário público, jamais visto em um país em todo o mundo. Por treze anos, eles sangraram os cofres da nação, com vistas a se eternizarem no poder. E nesse afã, arrancaram leitos e remédios dos hospitais públicos, sucatearam as polícias, precarizaram as universidades públicas, federais e estaduais, reduziram a merenda escolar, além de causarem prejuízos incalculáveis em empresas como Petrobras e em diversos fundos de pensão de outras tantas empresas estatais.

Manifestação #elesim no Rio de Janeiro em 25/10/2018
Pode até ser que para muitos o Jair seja o candidato dos sonhos. Mas para a grande e esmagadora maioria, Bolsonaro é o candidato que não só pode derrotar o PT, como tem a coragem para enfrentar as instituições, que aprenderam a comodamente dependerem das benesses e negociatas tramadas pelos líderes de um partido completamente descaracterizado.

Por essa razão, pouco importa para o eleitor que decidiu votar em Bolsonaro, o que falam do Jair. Menos ainda interessam as declarações de seus filhos ou do seu candidato a vice. Eles não temem uma eventual ditadura, eles não se importam se ele é machista, ou mesmo se tem características ou falas homofóbicas. O que eles querem é varrer do poder e de suas instâncias, a corrupção que grassou o país, e nos lançou na mais profunda e duradoura crise econômica, política e institucional.

Mas pode ser que tudo isso já seja mais do que sabido das lideranças partidárias que apoiam Haddad. E pode ser ainda que toda essa ação, tanto a de criar fatos negativos atribuídos a Bolsonaro, quanto a de apresentar pesquisas que indiquem que esses mesmos fatos estejam lhe tirando votos, não passe de cenário para justificar uma eventual e fabricada virada de resultados, quando da abertura das urnas. Sim, e por mais que eu deteste crer em teorias conspiratórias, isso não pode ser descartado. Não tanto por conta de fantasiosa imaginação, mas principalmente pelo quadro que se tenta pintar para o eleitorado às vésperas da votação; ambiente ideal para intentarem uma fraude.

Apesar de tudo isso, nós, que cremos na soberania de Deus e de sua vontade, pois não se deixa frustrar, sabemos que, sendo de Sua vontade a eleição de Bolsonaro, nada ou qualquer ardil lhe tirará tal vitória. Mas se não for de Sua vontade que Bolsonaro seja o presidente do Brasil, nada que façam seus eleitores ou coordenadores de campanha, poderá fazê-lo vencer. De modo que todo esse texto para nada serve, senão apenas para analisarmos o cenário político que embala, esse que talvez seja o mais conturbado processo sucessório de nossa história.

Portanto podemos manter a consciência crítica e coloca-la a disposição da história. Podemos descansar e aguardar a apuração. Independente do resultado, nosso papel de cristão e cidadão responsável não mudará. Orar por nossos governantes, sejam eles quais forem. Pedir a paz sobre nossa nação, e aguardar a manifestação da glória do nosso Deus.

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