Por Jânsen Leiros Jr.
"Uma pessoa pode acreditar de forma apaixonada que está certa, mas quando essa crença se torna intolerante à divergência, ela se transforma em tirania disfarçada de virtude." – John Stuart Mill
"Onde há boa ordem, há boa política, pois os governantes buscam o bem comum, não a destruição de seus adversários." – Nicolau Maquiavel
"A política, de fato, é a arte de garantir o bem comum, e não o confronto estéril entre facções que buscam apenas o poder pelo poder." – Aristóteles
"A inabilidade para discutir de maneira racional substitui o verdadeiro debate por brigas e provocações, e nenhuma sociedade pode florescer onde esse é o padrão." – Bertrand Russell
"Quando os políticos deixam de agir pelo bem da sociedade e se dedicam apenas a atacar seus rivais, a república se enfraquece, pois é da justiça, não da violência, que ela se sustenta." – Montesquieu
"A
essência da política é a liberdade; onde o discurso se transforma em violência,
a política perde seu valor e a sociedade se distancia da verdadeira
democracia." – Hannah Arendt
Nota sobre os autores acima[1]
Considerando
as frases acima e o ambiente vivido por seus diferentes autores, há que se
concluir que a rivalidade política já promoveu, ao longo da história, circunstâncias,
no mínimo, desconfortáveis. Mas o recente episódio envolvendo Datena e Pablo
Marçal em debate promovido pela TV Cultura escancara o nível raso das
discussões políticas no país. A violência, seja verbal ou física, transforma o
debate eleitoral em um confronto estéril, onde o objetivo de construir um país
melhor é completamente obliterado. Práticas como essas, longe de beneficiar a
nação, apenas alimentam uma polarização perigosa, convertendo os eleitores em
meros espectadores de um jogo sujo, sem qualquer entendimento real do que está
em jogo.
A
democracia se fragiliza quando estratégias de desqualificação e agressão
substituem a apresentação de propostas sérias e viáveis. Isso reflete uma
política pobre, que, incapaz de se livrar de expedientes rasteiros, prefere
explorar o emocional, a raiva e a confusão. Como consequência, o eleitorado
brasileiro é conduzido por uma onda de irracionalidade que perpetua o ciclo de
promessas vazias e embates superficiais.
Se
o Brasil deseja crescer como nação, é urgente romper com essa cultura política
decadente, que apenas empobrece nossa democracia. Não podemos mais tolerar
campanhas eleitorais que se assemelhem a arenas de gladiadores, enquanto
questões fundamentais como saúde, educação, segurança e desenvolvimento
econômico são deixadas de lado. O Brasil não precisa de candidatos que saibam
brigar, mas de líderes que saibam governar com integridade, visão e compromisso
real com o futuro.
[1]
John Stuart Mill: Filósofo britânico do século XIX, defensor do
utilitarismo e dos direitos individuais, especialmente da liberdade de
expressão.
Nicolau Maquiavel: Pensador renascentista
italiano, autor de O Príncipe, conhecido por suas teorias políticas pragmáticas
sobre poder e governança.
Aristóteles: Filósofo grego clássico, discípulo
de Platão, cujas ideias sobre ética e política influenciaram profundamente o
pensamento ocidental.
Bertrand Russell: Filósofo e matemático
britânico do século XX, famoso por seu trabalho em lógica, filosofia da
linguagem e ativismo pela paz.
Montesquieu: Filósofo e jurista francês do
Iluminismo, conhecido por sua teoria da separação dos poderes no governo.
Hannah Arendt: Filósofa política alemã do
século XX, destacada por suas análises sobre o totalitarismo, a natureza do
poder e a liberdade.
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