Por Jânsen Leiros Jr.
Citações de Líderes de Países Inimigos de
Israel
"Israel
deve ser varrido do mapa."
Mahmoud Ahmadinejad –
Ex-presidente do Irã, pertencente ao governo teocrático iraniano (Discurso em conferência em
2005).
Hassan Nasrallah – Líder do
Hezbollah (grupo extremista – em entrevista em 2002).
Yasser Arafat – Líder da
Organização para a Libertação da Palestina (OLP) - Discurso de 1974.
"O regime
sionista é um tumor cancerígeno que deve ser removido."
Ali Khamenei – Líder Supremo do
Irã - Discurso em 2018.
"O estado
de Israel é ilegítimo e deve ser combatido até ser destruído."
Ismail Haniyeh – Líder do Hamas
(grupo extremista – em entrevista de 2006).
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Citações de Líderes de Países Inimigos de
Israel na ONU
Recep Tayyip Erdoğan –
Presidente da Turquia:
"Israel é um estado terrorista que está cometendo
um genocídio contra os palestinos." (Discurso na ONU em 2014).
Mahmoud Abbas – Presidente
da Autoridade Palestina:
"Israel está realizando uma limpeza étnica contra
os palestinos e criando um regime de apartheid." (Discurso na ONU em 2011).
Mohammad Javad Zarif –
Ex-ministro das Relações Exteriores do Irã:
"O comportamento de Israel contra os palestinos é
uma vergonha moral para o mundo." (Discurso na ONU em 2019).
Citações
de Líderes israelenses
Meir Kahane – Fundador do partido Kach (banido por
extremismo):
"Os árabes
são um câncer no corpo de nossa nação e devem ser removidos." (Discurso em 1980).
Rabbi Ovadia Yosef – Líder espiritual do partido Shas (2010):
"Os árabes
são cobras. Deus deveria castigá-los com pragas." (Sermão de 2010).
Ayelet Shaked – Ministra da Justiça de Israel (2014):
"O povo
palestino é o inimigo, e seu sangue deve estar nas mãos de Israel." (Postagem no Facebook em
2014).
Yitzhak Shamir – Ex-Primeiro-ministro de Israel (1988):
"Os árabes
devem ser espancados e forçados a rastejar." (Declaração a
jornalistas em 1988).
Ariel Sharon – Ex-Primeiro-ministro de Israel (2001):
"Todo
mundo tem que mexer com os palestinos, eles são terroristas natos." (Entrevista em 2001).
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Citações
de Líderes israelenses na ONU
Benjamin Netanyahu – Primeiro-ministro de Israel (2016):
"O
Conselho de Direitos Humanos da ONU tem sido uma farsa, atacando Israel
repetidamente enquanto ignora os verdadeiros culpados das atrocidades no mundo
árabe." (Discurso na ONU, 2016).
Abba Eban – Ex-Ministro das Relações Exteriores de Israel
(1973):
"Os palestinos nunca perdem uma oportunidade de perder uma oportunidade." (Discurso na ONU, 1973).
O
conflito entre Israel e Palestina, com sua escalada recente e o envolvimento
contínuo do grupo Hamas, é apenas mais um capítulo em uma história que
atravessa séculos. Para compreendê-lo plenamente, é necessário mergulhar nas
profundezas de uma disputa territorial, religiosa e política que remonta a
tempos antigos, mas que, ao longo do século XX, ganhou contornos ainda mais
violentos e complexos. Com raízes na antiga Palestina e no renascimento do
nacionalismo judaico no final do século XIX, a fundação do Estado de Israel em
1948 foi um marco importante, mas também o início de uma série de confrontos
com os árabes da região, especialmente os palestinos, que até hoje lutam por um
Estado próprio.
A
rivalidade histórica entre israelenses e palestinos pode ser traçada até os
primeiros movimentos sionistas no final do século XIX, quando judeus,
principalmente da Europa, começaram a imigrar para a Palestina, então parte do
Império Otomano. A perseguição na Europa, sobretudo o Holocausto, intensificou
essa migração. Após a Segunda Guerra Mundial, o Plano de Partilha das Nações
Unidas de 1947 propôs a criação de dois estados: um para os judeus e outro para
os árabes. No entanto, os países árabes rejeitaram essa solução, e o conflito
armado irrompeu. A guerra de 1948 culminou na criação de Israel, mas também no
deslocamento de centenas de milhares de palestinos, que viria a se tornar um
dos principais focos da discórdia no Oriente Médio.
Desde
então, a história tem sido marcada por uma sequência de guerras, acordos
fracassados e ataques terroristas. Um dos fatores centrais para a perpetuação
deste conflito é a presença de grupos como o Hamas, que surgiu nos anos 1980
como uma facção islâmica resistente à presença israelense. O Hamas, que governa
a Faixa de Gaza desde 2007, adota uma postura abertamente hostil a Israel, com
atentados suicidas e ataques com foguetes contra civis israelenses, ações estas
que acabam justificando uma série de retaliações militares de grande escala por
parte de Israel. Como argumentam analistas, as ações de Israel, frequentemente
violentas e letais, são em grande parte uma resposta à contínua ameaça
representada por esses ataques.
Apesar
disso, o ciclo de violência entre os dois lados parece inquebrável. De um lado,
os israelenses justificam suas ofensivas militares como uma defesa contra
ameaças terroristas, como os milhares de foguetes disparados pelo Hamas, muitos
deles em áreas residenciais. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,
afirmou recentemente que "Israel tem o direito e o dever de se defender
contra uma organização terrorista que busca sua destruição." Netanyahu, ao
longo de sua carreira política, sempre defendeu medidas de segurança rigorosas
como resposta às ameaças palestinas.
Por
outro lado, os palestinos, tanto na Cisjordânia quanto em Gaza, vivem sob uma
ocupação militar israelense, com restrições severas de movimento, uma economia
fragilizada, e, em muitos casos, sem acesso adequado a serviços essenciais.
Para muitos palestinos, a resistência, seja ela militar ou política, é vista
como uma luta por liberdade e dignidade. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em
diversos discursos, mantém a retórica de que "a resistência armada é o
único caminho para libertar a Palestina". Essa visão, no entanto, reforça
a violência cíclica, onde cada ação de um lado provoca uma reação ainda mais
intensa do outro.
A
comunidade internacional, historicamente dividida, também tem um papel ambíguo
nesse conflito. Apoiadores de Israel, como os Estados Unidos, frequentemente
ressaltam o direito à autodefesa do Estado israelense, fornecendo apoio militar
e diplomático. O presidente Joe Biden, por exemplo, afirmou em 2021 que
"nenhum país pode tolerar ataques indiscriminados contra seus cidadãos"
ao defender o apoio americano a Israel em meio a ataques do Hamas. Ao mesmo
tempo, críticos internacionais, especialmente em organismos como as Nações
Unidas, denunciam a ocupação israelense e o bloqueio de Gaza como causas
fundamentais do conflito, clamando por um retorno às negociações de paz e por
uma solução de dois estados.
O
conceito de legitimidade moral também permeia esse conflito. Até onde vai o
direito de Israel de se defender sem violar os direitos humanos dos palestinos?
Quando uma resposta a um ataque se transforma em retaliação desproporcional? O
número de civis mortos, especialmente entre os palestinos, é um dado que não
pode ser ignorado. Organizações de direitos humanos como a Anistia
Internacional frequentemente acusam Israel de uso excessivo da força, apontando
que a maioria das vítimas em Gaza são civis, incluindo mulheres e crianças.
Essas mortes alimentam um ciclo de ódio que parece não ter fim.
O
que agrava essa questão é o fato de que, no discurso popular, a voz da paz é
constantemente abafada pelas explosões e retaliações. Em ambos os lados,
existem aqueles que defendem o diálogo, a coexistência e uma solução pacífica,
mas essas vozes são frequentemente ignoradas em meio ao barulho das armas. A
ex-política israelense Tzipi Livni, uma defensora da solução de dois estados,
já declarou que "a paz é a única verdadeira segurança que Israel pode
ter", mas essa visão parece estar cada vez mais distante, à medida que
extremistas de ambos os lados ganham força.
No
entanto, será que um caminho para a paz é possível? O futuro do Oriente Médio,
e talvez do mundo, depende de uma resposta a essa questão. O que está em jogo
não é apenas a sobrevivência de Israel ou o reconhecimento de um Estado
palestino, mas também a estabilidade regional e global. Com o envolvimento de
potências internacionais e a ascensão de grupos extremistas em todo o mundo, o
conflito israelense-palestino torna-se um microcosmo de questões globais
maiores: como equilibrar segurança com justiça, como reconciliar diferenças
culturais e religiosas, e como alcançar a paz em meio a séculos de desconfiança
e ódio.
Enquanto
assistimos a mais um episódio deste conflito interminável, somos obrigados a
refletir: haverá um ponto de ruptura? O ódio acumulado pode ser superado? E, em
última análise, a paz que tantos clamam, mas que poucos parecem buscar
ativamente, é realmente possível no Oriente Médio e no mundo como o conhecemos?
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