Por
Jânsen Leiros Jr.
Um
ditado popular bem conhecido diz que se você quer conhecer alguém, basta dar
poder a esse alguém. No Brasil essa máxima ganha contorno de lei da física, tão
inevitável quanto implacável se faz.
E
quando pensamos que já vimos de tudo, salta-nos o feito no ministro, fechar as
portas para que as informações comprometedoras, ou no mínimo constrangedoras
não saiam do castelo do poder, já que o exercício pleno das funções dos órgãos de
direito, e até de dever, chegou a dados e circunstâncias que o ministro não
quer que venha a público.
Entre
ele não "querer" uma qualquer coisa e ter o poder de
"impedir" essa mesma qualquer coisa, no entanto, vai grande
distância. Maior distância ainda é usar do poder investido para agir
favoravelmente à sua vontade, para não dizer necessidade; feriu as
prerrogativas de seu cargo, e agora tem em sua cola a mesma mulher que levou a
bandeira do impeachment de Dilma.
O
que virá daí não temos como saber. O que fica claro e bem fácil de se perceber,
contudo, e por mais que neguem os interessados diretamente e envolvidos na
questão, é que nosso país atravessa grave crise institucional entre poderes.
Judiciário legislando, parlamento tentando conduzir o executivo, e esse sendo
colocado como refém pelos outros, sempre que suas decisões ferem as ideologias
de seus comungados. Ou seja. Ninguém manda e muito menos obedece; todos
perderam o juízo.
No
meio de toda essa disputa estamos nós, que seguimos sem saber em qual cartilha
lermos. Ficamos como alunos que no final do ano ainda não sabem que matérias
cairão na prova. Usa Coaf, tira Coaf, troca nome do Coaf e continua o mesmo.
Suspende radares, cancela DPVAT e retornam ambos. Quem legisla, quem executa e
quem julga?
Há
quem diga que tais acomodações fazem parte do jogo democrático. Se isso for verdade, as regras precisam ser mais
claras. Quem chuta, quem defende e quem apita.
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https://www.oantagonista.com/brasil/janaina-diz-que-toffoli-cometeu-flagrante-crime-de-responsabilidade/
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